Villasanti em Declínio: Análise da Queda de Rendimento no Grêmio

Desempenho Tricolor Sob Análise: Foco em Villasanti

O desempenho do Grêmio tem gerado debates acalorados entre analistas e torcedores. No centro das discussões, encontra-se Mathías Villasanti, capitão da equipe e um dos jogadores com mais tempo de casa. Sua performance, outrora consistente, tem apresentado uma notável queda, levantando questionamentos sobre os motivos por trás dessa mudança.

Atualmente, Villasanti desempenha a função de segundo homem do meio-campo, posicionado atrás de Camilo ou Cuéllar, que se alternam na função de articuladores mais próximos à área adversária. Essa nova dinâmica tática, implementada pelo técnico Gustavo Quinteros, parece ter impactado diretamente o rendimento do paraguaio.

Foto: (: Lucas Uebel / Grêmio Divulgação)

Mudança Tática e o Impacto em Villasanti

Segundo Rodrigo Coutinho e Leonardo Miranda, analistas de desempenho do sportv e do ge, a mudança no estilo de jogo do Grêmio é um fator crucial na análise do desempenho de Villasanti . A transição de um modelo que alternava entre saídas curtas e bolas longas, sob o comando de Renato Portaluppi, para uma abordagem que prioriza a ligação direta e a construção pelas laterais, com Quinteros, alterou a dinâmica do meio-campo.

Coutinho observa: "Não é um jogo em que a bola passa tanto pelo centro do campo, com os dois volantes e o meia central como protagonista. Não acho que ele esteja jogando mal, mas teve uma queda de produção. Participa menos do jogo. Então, teoricamente, o jogador toca menos na bola e perde um pouco da confiança para arriscar mais".

Miranda complementa: "Justamente a maior dificuldade de Villasanti : o estilo de jogo muito vertical de Quinteros. O time carece de jogadores que se movimentem, tabelam e troquem passes curtos com ele. Com isso, ele acaba sobrecarregado, precisando buscar a bola e levar ao ataque praticamente sozinho. Essa falta de suporte faz com que ele perca muitas bolas e chegue atrasado em diversas jogadas".

Análise Detalhada do Declínio de Villasanti

A saída de bola do Grêmio , que antes envolvia os volantes, agora é frequentemente iniciada pelos zagueiros e pelo goleiro, ou zagueiros e um lateral. Villasanti , por sua vez, tem circulado em uma área mais avançada, ocupando o espaço atrás do meio-campo rival, uma mudança em relação ao ano anterior. Essa alteração posicional, combinada com a menor participação na construção das jogadas, pode estar contribuindo para a percepção de queda de rendimento.

Em suas próprias declarações, Villasanti negou que a queda de produção esteja relacionada a uma possível saída do clube, mas a análise dos especialistas aponta para fatores táticos e de estilo de jogo como as principais causas.

Visões Especializadas Sobre o Momento do Jogador

Leonardo Miranda, do blog Painel Tático, oferece uma visão abrangente: "Antes de tudo, é importante destacar que o Grêmio , como um todo, não vem jogando bem. O início do trabalho de Gustavo Quinteros tem sido decepcionante, especialmente na organização defensiva. A equipe apresenta muitas falhas e fica exposta em jogos importantes, como no Gre-Nal e contra o Athletico. Muito se fala sobre Jemerson, mas a questão é: ele teve a devida proteção?".

Miranda continua: "Talvez seja justamente aí que esteja a maior dificuldade de Villasanti : o estilo de jogo muito vertical de Quinteros. O time carece de jogadores que se movimentem, tabelam e troquem passes curtos com ele. Cristian Olivera, Monsalve e Pavón são jogadores que preferem atacar espaços e receber lançamentos em velocidade. Já Cuéllar e Camillo atuam mais recuados, deixando Villasanti sem tantas opções de apoio no meio-campo".

Comentários de Leonardo Miranda, analista do blog Painel Tático, do ge, sobre o momento do Grêmio e de Villasanti :"Minha sugestão de mudança é trazer mais controle ao jogo, com mais movimentação e menos pressa na construção das jogadas. Quinteros gosta de um futebol acelerado e direto, o que faz? https://t.co/160g1Y1D2u

— sportv (@sportv) April 3, 2024

Estratégias para Revitalizar o Meio-Campo Gremista

Para Miranda, a solução passa por uma mudança na abordagem tática: "Minha sugestão de mudança é trazer mais controle ao jogo, com mais movimentação e menos pressa na construção das jogadas. Quinteros gosta de um futebol acelerado e direto, o que faz sentido considerando o elenco, mas talvez seja necessário encontrar um equilíbrio para dar mais sustentação. Vejo o Cristaldo como esse meia que pode ajudar o Villasanti a ser o camisa 8 que ele foi com o Renato (que é bem o oposto do Quinteros em estilo de jogo)."

Rodrigo Coutinho, por sua vez, destaca a importância da adaptação dos volantes ao novo sistema: "Não é um jogo em que a bola passe tanto pelo centro do campo, que tenha como protagonista esses três jogadores mais centrais, os dois volantes e o meia central, que o Grêmio tem jogado assim. Acho que isso explica, não acho que eles estejam jogando mal, mas teve uma queda de produção, participa menos do jogo, então teoricamente o jogador acaba perdendo um pouco da confiança para arriscar mais, toca menos na bola, para mim tem a ver com isso."

O Futuro de Villasanti e o Desafio de Quinteros

A situação de Villasanti no Grêmio é um reflexo das complexidades do futebol moderno, onde as mudanças táticas e as diferentes abordagens dos treinadores podem impactar significativamente o desempenho individual dos jogadores. Resta saber se Quinteros encontrará uma maneira de integrar Villasanti de forma mais eficaz ao seu sistema, permitindo que o capitão volte a exibir o futebol que o consagrou no clube.

Coutinho pontua: "Eu acho que tem a ver com a diferença da forma como o time tenta construir as jogadas ofensivas esse ano. Com o Renato, não é que o time só saía jogando de forma curta, não. Se o adversário apertasse, o Grêmio fazia ligação direta. E aí, quando controlava, os volantes tinham um protagonismo maior, porque geralmente o ponto de partida dos ataques era o centro do campo. Ou ele, ou o Dodi, ou o Pepê".

E conclui: "Acho que o Villasanti tem as duas coisas, ele consegue ser um volante de bom passe, de boas escolhas para iniciar os ataques, mas também tem capacidade de infiltrar na área para fazer gol, para dar assistência. E hoje o Grêmio é um time que trabalha, às vezes, com bola direta mesmo sem ser pressionado".