Mano Menezes e o Voo da TAM: Como uma Decisão Evitou o Pior para o Grêmio

Um Destino Alterado: Mano Menezes e a Delegação do Grêmio

Em um relato que ecoa a tênue linha entre o destino e a decisão, emerge a história de como a delegação do Grêmio, em 2007, escapou de estar a bordo do fatídico voo 3054 da TAM, que culminou em uma das maiores tragédias da aviação brasileira. O voo, que decolou de Porto Alegre com destino a São Paulo, colidiu com um edifício de cargas em Congonhas, resultando na perda de 199 vidas.

O documentário "Congonhas: Tragédia Anunciada", recentemente lançado pela Netflix, reacendeu as discussões sobre o ocorrido, trazendo à tona detalhes de como o Grêmio , por um golpe de sorte e uma decisão crucial, evitou o que poderia ter sido um capítulo sombrio em sua história.

Foto: ( Lucas Uebel / Grêmio)

A Logística Inicial e a Intervenção Decisiva

Originalmente, a logística do clube para o confronto contra o Goiás, válido pela 12ª rodada do Brasileirão, previa que parte dos jogadores embarcasse no voo 3054. No entanto, Mano Menezes, o então técnico do Grêmio , discordou do plano. Sua visão era de que, em compromissos cruciais, a equipe deveria viajar junta, fortalecendo o espírito de união e concentração.

Paulo Pelaipe, diretor de futebol do clube na época, detalhou em entrevista o momento da decisão: ?Em uma conversa com Mano Menezes, decidimos ir para Brasília e então para Goiânia?, explicou o dirigente, enfatizando a importância da união do grupo em momentos decisivos.

A Mudança de Rota e o Livramento Inesperado

A mudança de planos, efetuada em última hora, redirecionou o Grêmio para o voo 3764, com escala em Brasília, minutos antes da decolagem do voo 3054. Enquanto a aeronave fatal seguia para São Paulo, a delegação gremista partia para um destino diferente, alheia à tragédia que se desenrolaria.

A notícia de que o Grêmio poderia estar no voo 3054 gerou apreensão e alívio. Ao chegarem em Goiânia, os representantes do clube esclareceram o ocorrido, dissipando a incerteza e celebrando a decisão que os havia poupado.

O Jogo Seguinte e a Memória Preservada

Dois dias após o acidente, o Grêmio entrou em campo para enfrentar o Goiás, em um empate sem gols. A escalação da equipe, com nomes como Saja, Schiavi e Tcheco, representava a resiliência e a determinação de seguir em frente, mesmo diante da tragédia que pairava sobre o país.

Naquele ano, o Grêmio alcançou a 6ª colocação no Campeonato Brasileiro e foi vice-campeão da Libertadores, em uma temporada marcada pela superação e pela união do grupo.

Outras Vidas Quase Ceifadas

Além da delegação do Grêmio , Assis, irmão de Ronaldinho Gaúcho, também revelou ter quase embarcado no voo 3054. "Eu tinha previsão de ir para São Paulo, não fui, mas isso não importa, o momento é de pensar na sensação das famílias envolvidas", declarou à Rádio Gaúcha, demonstrando solidariedade e empatia com as vítimas e seus familiares.

A Tragédia de Congonhas: Um Marco na Aviação Brasileira

O acidente com o Airbus A-320 da TAM, em 17 de julho de 2007, permanece como a maior tragédia da aviação brasileira. A aeronave, ao não conseguir frear na pista de Congonhas, colidiu com um prédio de cargas, ceifando a vida de 199 pessoas.

Naquele dia, a pista do aeroporto estava molhada e sem as ranhuras de frenagem, o que contribuiu para o desfecho fatal. Atualmente, um memorial no local da queda homenageia as vítimas, perpetuando a memória daqueles que perderam suas vidas na tragédia.

O episódio serve como um lembrete constante da importância da segurança na aviação e da necessidade de medidas preventivas para evitar que tragédias como essa se repitam. A decisão de Mano Menezes, ao priorizar a união da equipe, transformou-se em um ato que preservou vidas e alterou o curso da história do Grêmio .