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Gre-Nal: Símbolo de Resiliência e Recomeço após Enchentes no Rio Grande do Sul
Por Redação Sou Imortal em 18/10/2024 08:25
O Gre-Nal como Símbolo de Superação
O clássico Gre-Nal, que acontece neste sábado no Beira-Rio, representa um marco importante para o Rio Grande do Sul. É o primeiro jogo entre Inter e Grêmio no estado após as devastadoras enchentes que assolaram a região em maio. A tragédia, que deixou marcas profundas, também atingiu duramente os dois clubes, que tiveram que lidar com perdas significativas e a necessidade de reconstrução.
Apesar do cenário adverso, Inter e Grêmio demonstraram força e resiliência, tanto dentro quanto fora de campo. Os rivais já se enfrentaram após o período mais crítico da tragédia, mas o clássico não pôde ser realizado em solo gaúcho devido às consequências da enchente. Em 22 de junho, o Gre-Nal 442 foi disputado em Curitiba, com mando do Grêmio , uma vez que a Arena ainda não havia sido reaberta. Essa foi uma das muitas casas provisórias dos dois clubes durante a fase de recuperação.
Impacto das Enchentes nos Clubes
As enchentes causaram prejuízos significativos para as instituições, tanto em termos de infraestrutura quanto financeiros. Estruturas patrimoniais foram devastadas pelas águas e as finanças dos clubes foram impactadas, com gastos extras e perda de receitas.
Os impactos também afetaram a competitividade das equipes, como destacado pelos dirigentes. "Com certeza nosso principal prejuízo foi desportivo. O Grêmio tem uma performance muito boa jogando em casa. A torcida é sempre o nosso 12º atleta.", afirmou Fábio Floriani, vice-presidente do Grêmio .
Victor Grunberg, vice-presidente do Inter, também lamentou as perdas: "Além da perda financeira, tivemos perda de competitividade, passamos 70 dias longe do nosso estádio Beira-Rio, jogando em três estados diferentes.".
O Inter estima um prejuízo total de R$ 90 milhões, sendo R$ 19 milhões referentes ao patrimônio, principalmente o Beira-Rio e o CT Parque Gigante. Este último, localizado às margens do Guaíba, foi praticamente reconstruído e ficou 115 dias sem operar. O estádio retornou antes e reabriu 70 dias depois do início das enchentes, no jogo contra o Vasco.
O Grêmio , por sua vez, divulgou um valor de R$ 17 milhões em prejuízos, incluindo custos com logística, durante o período em que a equipe esteve fora do estado, e recuperação de estruturas. Três CTs do clube foram afetados em diferentes proporções: o CT Luiz Carvalho (grupo profissional), o CT Hélio Dourado (categorias de base) e o CT do Cristal (escolas).
Os gastos com a reestruturação da Arena não são de responsabilidade do Grêmio , mas sim da empresa que administra o estádio. A reportagem do ge tentou contato para apurar os prejuízos da Arena, mas os valores não foram divulgados. A casa gremista ficou sem receber partidas por mais de quatro meses.
Solidariedade e Resiliência: Uma Força Compartilhada
Apesar da dor e do sofrimento causados pelas enchentes, a tragédia também revelou a força da solidariedade e da resiliência do povo gaúcho. Grêmio e Inter desempenharam um papel fundamental nesse processo, atuando como elo entre as doações recebidas de todo o país e os seus destinatários.
Logo no início de maio, os clubes disponibilizaram suas estruturas para receber donativos, antes mesmo de serem atingidos pelas enchentes. Curiosamente, uma das únicas opções que restou foi o velho estádio Olímpico. Ainda de posse do Grêmio e inativo há 11 anos, o Monumental uniu voluntários e doadores para servir de apoio à comunidade.
"O Olímpico estava lá, fechado, ressurgiu como um ponto importante logístico dentro da cidade que apresentava problemas de deslocamento. Esse aprendizado, essa experiência, foi muito gratificante. Ver a comunidade, o clube, os atletas, todo mundo mobilizado para poder acudir os mais necessitados", destaca Fábio Floriani.
O lado colorado teve como um dos grandes símbolos de resiliência a reabertura do Beira-Rio pouco mais de dois meses depois do estádio ter seu gramado submerso pelas águas do Guaíba. Para Victor Grunberg, o palco do maior clássico gaúcho neste sábado demonstrou a força do clube e todos ao redor.
"O Inter sai mais forte da enchente, com muita união, força e resiliência. O Beira-Rio é o estádio que foi construído sobre as águas e ele foi reconstruído das águas, com a força do nosso povo. Espero que a gente consiga, com esses valores, trazer para o nosso dia a dia e estar cada vez mais próximos uns dos outros.", ressalta o dirigente.
Recomeço e União: O Legado do Gre-Nal
Dentro de campo, o resultado do Gre-Nal será conhecido a partir das 16h deste sábado. Fora dele, o resultado da reconstrução dos clubes, e também do povo gaúcho, já é positivo. O primeiro clássico após a maior tragédia climática do Rio Grande do Sul também simboliza a retomada do estado quase seis meses depois.
O Gre-Nal 443, além de um confronto histórico, será um momento de celebração da superação e da união do povo gaúcho. É um marco que representa a força e a resiliência que os clubes demonstram, tanto em campo quanto na superação das adversidades.
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